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Mais íntima de Pablito Picasso

Aqui em Paris, o primeiro domingo do mês durante o inverno é uma festa para os apaixonados por museus (ou um pesadelo, já que eles ficam abarrotados e as filas, imensas). É que nestas datas, o acesso aos acervos públicos é gratuito. Daí já viu... tem que chegar cedo e ter paciência se quiser usufruir do benefício. E quando é que as atrações parisienses não são disputadas, não é mesmo? #olouvrequeodiga

Desde que cheguei na cidade, em setembro de 2015, reservo estes domingos para conhecer um espaço novo, e que talvez não estivesse tão afim de pagar para entrar, ou rever aqueles que marcaram as minhas outras viagens.

UM ADENDO: Se por acaso você estiver vindo para Paris em um desses domingos, entre novembro e março, e quiser aproveitar a gratuidade, fique atento porque as exposições temporárias continuam sendo cobradas. E como não são todos os museus que participam do esquema, é bom pesquisar antes de fazer o roteiro. Louvre, Museu d'Orsay, Centre Pompidou e Museu Rodin são alguns dos lugares mais bacanas da cidade e que participam da "caridade".

A listinha também inclui o Musée National Picasso-Paris, que fica no Marais, uma região bem movimentada e cool de Paris. Para ser sincera, não tinha ouvido falar muito do espaço - nem para o bem, nem para o mal - por isso, o coloquei lá no fim da lista de prioridades. Um pouco também porque estive recentemente na mostra Picasso.mania, no Grand Palais - e que deverá ganhar um post em breve. Ou seja, estava imersa em uma overdose de Pablo Picasso. Além do mais, já tinha conhecido um simpático museu do artista no seu país de origem, a Espanha.

Esta escultura é dedicada aos apaixonados por gatos. Pelo jeito, Pablito também era

Acontece que Picasso pode até ter nascido na Espanha, mas a França foi a escolha dele para a vida. E isso reflete no material que o museu de Paris apresenta, neste aspecto, muito mais rico que o de Barcelona. A começar pela maior quantidade de obras - o acervo parisiense possui mais de 300 peças -, que contemplam fases distintas do artista, revelando um Picasso não apenas das telas e das esculturas, mas também da cerâmica (algo pouco conhecido por mim até então).

Aí está mais uma prova da Paris orgulhosa por abrigar Pablito

Pode ser que estejam emprestadas para outras exposições, mas senti falta de produções da fase azul - essa sim, riquissimamente abordada em Barcelona. Por outro lado, descobri um Picasso midiático, que chegava a posar para revistas estilo "Caras", um paizão para seus filhos biológicos e adotivos e um artista politicamente engajado.

O museu não abriga a Guernica (que pertence ao Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri), mas trata do seu processo de criação, incluindo cartas pessoais relativas à obra. Aliás, Picasso poderia ter sido tema do programa sobre acumuladores do canal Discovery. Ele não jogava nada fora, tipo, bilhete de metrô e entrada de peças de teatro (há bastante coisinhas dessas na expo). Até que por um lado isso é ótimo, já que os admiradores podem ter contato com este Picasso civil.

A fachada do prédio do antigo Hôtel Salé é divina

Dei ainda mais sorte porque o museu estava promovendo uma exposição comemorativa aos 30 anos de sua instalação e isto rendeu um acervo extra da história do prédio escolhido pela instituição: o Hôtel Salé, inaugurado em 1659, uma relíquia por si só.

FICA A DICA: Para quem quer conhecer em breve o Museu Nacional Picasso-Paris, haverá uma nova exposição a partir de 8 de março. Trata-se de uma retrospectiva das esculturas do espanhol. Um bom motivo para eu também ir visitá-lo novamente, hein?

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